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Crítica: Power Rangers - Agora e Sempre

Especial de 30 anos acerta na nostalgia e é uma bela homenagem.


Foto: Divulgação/Netflix


Por Daniel Lana


A Netflix lançou no ultimo dia 19, um especial comemorativo de 30 anos da franquia Power Rangers. O filme é fruto de uma parceria entre a Hasbro, atual detentora dos direitos de produção da franquia, e a Netflix, atual distribuidora exclusiva. O especial contou com o retorno de parte do elenco original e a apresentação da jovem atriz Charlie Kersh (Happyish e Clique Wars) no papel de Minh Kwan, a filha de Trini, a Ranger Amarela original. O especial também contou com o retorno dos dubladores originais aqui no Brasil.

Esse não é o primeiro retorno do elenco original para a franquia. A série já contou com diversas participações especiais em episódios ao longo dos anos. Alguns dos personagens trazidos para esse especial, porém, nunca tiverem a chance de reviver o papel. Confira a seguir acertos e erros de “Power Rangers: Agora e sempre”.

 

Uma boa história

A formação de Power Rangers - Agora e Sempre durante boa parte do filme. Foto: Divulgação/Netflix

Agora e sempre começa um ano antes da temporada Dino Fury, com Billy (David Yost) sendo atacado por uma versão robótica de Rita Repulsa. Os outros Rangers surgem para ajudá-lo, e durante a luta, Trini é morta. Um ano depois, ainda em luto, os Rangers tentam descobrir os planos de Rita Repulsa para impedi-los e têm que lidar com o desejo de vingança de Minh, filha de Trini.

Assim como toda produção, o especial não é perfeito e possui seus pontos positivos e negativos. Um dos maiores acertos está nas referências à temporada clássica, como quando Mihn menciona o trabalho de congressista de Zack, fazendo alusão à saída do personagem no fim da segunda temporada, onde ele, Jason e Trini saem para participar da Conferência de Paz Mundial. A dor de cabeça constante de Rita também está de volta.

E quem acha que as referências ficam apenas à série clássica, está enganado. O especial acerta bastante ao referenciar outras temporadas e até mesmo os quadrinhos. O próprio trabalho de Zack como congressista foi explorado nessas histórias. Na HQ Power Rangers, da editora americana “BOOM! Studios”, descobrimos que ele e seus amigos, na verdade, foram convocados pelos Mestres da Morfagem para formar uma nova equipe no espaço: os Omega Rangers.

Outra referência que não passa despercebida é quando vemos o tubo de Zordon rachado, similar ao que ocorre em Power Rangers No Espaço, quando Andros tem de cortá-lo para salvar todo o universo espalhando as ondas Z e purificando o mal ao redor.

Vale mencionar que a Netflix fez o dever de casa até nos pequenos detalhes. Adam (Johnny Yong Bosh) e Aisha (Karan Ashley) usam uniformes com insígnias com a sigla S.P.A, possivelmente uma sigla para “Space Patrol Alpha” que remete à temporada Power Rangers S.P.D. (Space Patrol Delta), que se passa em 2025 no lore de Power Rangers. E os fãs mais hardcore da série sabem que essa é uma referência cruzada, uma vez que Kat (Catherine Sutherland), a Ranger Rosa, cita J.J., seu filho com Tommy e futuro Ranger Verde da SPD, mesma cor de seu pai em Mighty Morphin.

Talvez o maior acerto de “Agora e sempre” tenha sido a apresentação de Mihn, a filha de Trini. Alguns podem discordar, já que esperavam que ela fosse filha de Trini e Zack, outra referência dos quadrinhos, mas a atriz Charlie Kersh se mostra habilidosa e consegue manter a carga dramática necessária para a personagem. Além de atriz e bailarina, Charlie é lutadora marcial profissional.

 

Uma profundidade a mais

O CGI não deve agradar a todos

Mas nem tudo são flores. O roteiro falha quando não explica sobre o que Billy e os demais faziam durante todos esses anos ou quando não explica por que Rita traz de volta dois monstros da série clássica e não ajudantes fiéis como Goldar. O caso da explicação dos personagens é mais profundo quando lembramos que o ator David Yost, o Billy, se afastou da série logo após a temporada Zeo e nunca mais retornou para o papel.

O CGI também causa estranheza: há momentos que ele é bem caprichado, como quando vemos uma reprodução impecável de apresentação de cada Zord, mas o mesmo não acontece quando durante a cena de luta de megazord. Nesse momento, o CGI cai de qualidade podendo ser comparado a gráficos de consoles de videogames já defasados.

A principal crítica, porém, fica por conta do tempo de duração do especial, que se assemelha mais ao de um episódio comum de uma série da Netflix. São 55 minutos, que se mostraram muito pouco para uma comemoração do calibre dessa franquia. As explicações para as ausências de Jason, Kimberly e Tommy são rápidas e rasas. Ok, sabemos que houve problemas como conflitos com a lei ou desavenças com a produção que impediram sua aparição, mas não custava investir um pouco mais em referências e linhas de diálogo que justificassem canonicamente as ausências.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A icônica vilã Rita Repulsa retorna em "Power Rangers - Agora e Sempre"Foto: Divulgação/Netflix

O especial cumpre a promessa de fazer uma grande homenagem à franquia. Mesmo com alguns deslizes, a Netflix acerta em pontos que devem agradar aos fãs de longa data de uma das séries mais longas de Tokusatsu. Há também espaço para uma continuação, com a tímida renovação de elenco. Vale a pena conferir e se deliciar com “Power Rangers: Agora e Sempre”.

Nota: 4 plugs de 5.

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