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Crítica: A Morte do Demônio - A Ascensão

Filme capricha nas referências e resgata a atmosfera macabra de toda a franquia
Foto: Divulgação

Por Pedro Paes

“Evil Dead Rise”, ou como chegou ao Brasil, “A Morte do Demônio: A Ascensão”, é o quinto filme de uma clássica franquia de terror. Tendo início ainda na década de 80 como o filme “The Evil Dead”, a franquia se tornou cultuada por muitos fãs do terror. Esse primeiro filme marcou uma longeva parceria entre o diretor Sam Raimi com o ator e produtor Bruce Campbell, parceria esta que também se repetiu durante a liderança de Raimi a frente da franquia Homem-Aranha, de 2002. Em “A Morte do Demônio: A Ascensão”, tanto Raimi quanto Campbell são creditados apenas como produtores, ficando a cargo do Diretor Lee Cronin (Ghost Train) a direção.

Gore

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Um aspecto interessante que Evil Dead carrega é o quanto ao longo dos anos se manteve competente e fidedigno ao que se propõe a fazer, mesmo que não haja exatamente uma conexão direta entre todos os filmes. O diretor Lee Cronin é eficiente em criar uma ambientação um tanto quanto claustrofóbica e consegue evidenciar de forma satisfatória o gore e a violência gráfica, aspectos presentes ao longo de toda a franquia. É importante destacar que assim como demais produções com o selo “Evil Dead”, a classificação indicativa de A Ascensão é de não recomendado para menores de 18 anos.

Esqueça as cabanas

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Embora toda a ambientação seja digna do universo de Evil Dead, esqueça as habituais cabanas florestais dos filmes anteriores. A história agora se passa no centro de Los Angeles, em um prédio que está prestes a ser demolido. Ali, um drama familiar dá o tom do que virá a seguir, com uma mãe, sua irmã e três filhos em uma situação que piora drasticamente cada momento.

Na trama, há espaço para um terremoto e gravações que levam a família ao encontro de um antigo livro dos mortos. E assim, mais uma vez, uma horda de demônios é despertada. Um dos espíritos malignos possui o corpo da matriarca da família e causa sucessivas e aterrorizantes doses de aflição nos personagens e no espectador. E claro, não faltam litros e mais litros de sangue jorrados em cena.

A atuação da atriz Alissa Sutherland (a mãe) merece destaque, sendo bastante convincente, expressiva e verdadeiramente apavorante em sua possessão. Além disso, objetos comuns da cozinha, como um ralador de queijo ou um copo de vidro são inseridos em um novo contexto, dando um novo sentido ao horror. Mesmo a ausência de Bruce Campbell como o desafortunado Ash, não afasta o filme das muitas referências aos clássicos: há motosserras, uma câmera que se arrasta e avança rapidamente, falas marcantes e ainda a adaptação urbana da controversa cena de estupro com galhos de árvores, aqui substituídas por cabos de aço de elevador.

Muitas referências e pouca originalidade

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Não assista “Evil Dead Rise” esperando por uma grande inovação, no que diz respeito a filmes com temáticas demoníacas. Embora o longa capriche nas referências, a história não dá muita profundidade aos personagens e dificilmente você sentirá um grande apreço por eles. Homenagens ao original de Sam Raimi não faltam, como por exemplo a cena clássica de um globo ocular que salta e cai na boca de outro personagem, ou mesmo no embate final, onde uma pessoa completamente ensanguentada está pronta para extinguir todo o mal. O diretor Kubrick, de “O Iluminado” também é homenageado, em uma cena em que um elevador se abre, e dele sai uma cachoeira de sangue.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Embora o longa demonstre pouca originalidade em alguns pontos “A Morte do Demônio: A Ascensão” capricha nas referências e funciona muito bem ao resgatar a atmosfera macabra de toda a franquia. O tom de comédia um tanto absurdo, visto principalmente em “Evil Dead 2” e “Evil Dead 3” é praticamente deixado de lado, mas ainda assim, ele é capaz de entusiasmar até os fãs mais exigentes.

Nota: 3 plugs de 5.

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